Alunos da Uepa têm aula prática no ‘Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia’

Atividade teve objetivou aprofundar o conhecimento dos acadêmicos sobre técnicas de restauração ecológica em áreas degradadas

Em uma imersão prática na disciplina de Áreas Degradadas, os alunos do 10º semestre do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade do Estado do Pará (Uepa), do campus Castanhal, realizaram uma visita técnica ao Refúgio de Vida Silvestre (Revis) Metrópole da Amazônia, na Grande Belém. A atividade ocorreu sob a orientação da professora Denise Torres e objetivou aprofundar o conhecimento dos acadêmicos sobre técnicas de restauração ecológica em áreas degradadas.

Recepcionados por representantes do Instituto Amigos da Floresta Amazônica (Asflora), os alunos participaram de uma palestra sobre tecnologia social aplicada à restauração ecológica. Um dos pontos altos foi a explicação do sistema Miyawaki, uma metodologia de reflorestamento intensivo que tem sido adaptada com sucesso para a recuperação de áreas degradadas na Amazônia.

Para o gerente da Região Administrativa de Belém do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), Júlio Meyer, “a atividade como essa no Revis Metrópole da Amazônia exemplifica o compromisso da Uepa em proporcionar uma educação de qualidade, aliando teoria e prática, e preparando seus alunos para enfrentar os desafios ambientais com conhecimento e competência”, enfatizou.

Prática – No segundo dia da visita, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer o meliponário do Revis. Ali, aprenderam sobre a importância das abelhas indígenas sem ferrão, conhecidas como meliponas, na agricultura e nos serviços ambientais, como a polinização de plantas nativas e cultivadas.

Após a visita ao meliponário, os alunos foram conduzidos à área de produção de mudas. Neste espaço, puderam observar e aprender sobre o processo de elaboração de substratos e a captação de sementes, essenciais para a produção de mudas de espécies nativas da região. A atividade prática incluiu a manipulação dos materiais e a observação dos diferentes estágios de desenvolvimento das mudas.

Em seguida, o grupo se dirigiu à área de plantio, onde participaram do plantio de 200 mudas de espécies florestais e frutíferas nativas. Entre as espécies plantadas estavam o ingá cipó, ucuuba, biribá e seringueira, todas com material genético coletado dentro da Unidade de Conservação (UC) do Ideflor-Bio. Este momento foi especialmente significativo, pois os alunos puderam aplicar diretamente os conhecimentos adquiridos em sala de aula.

Além das atividades de plantio, os estudantes também percorreram a “Trilha da Samambaia”, um percurso dentro do corredor ecológico do Revis. Durante a caminhada, eles aprenderam sobre diversas espécies vegetais encontradas no local, como jacitara, breu branco, embaúba e escada de jabuti. A trilha proporcionou uma visão prática e detalhada da biodiversidade e das interações ecológicas presentes na UC.

No final da trilha, os alunos chegaram ao dique, onde tiveram a oportunidade de ouvir algumas das lendas urbanas associadas ao Revis Metrópole da Amazônia. Essas narrativas, contadas pelos guias locais, adicionaram um elemento cultural e histórico à visita, enriquecendo ainda mais a experiência dos participantes.

Aprendizagem – A visita ao Revis Metrópole da Amazônia foi considerada um sucesso pela professora Denise Torres, que destacou a importância de atividades práticas para a formação de futuros engenheiros ambientais. 

“A vivência no Revis foi extremamente gratificante aos alunos de Engenharia Ambiental e Sanitária da UEPA, momento que certamente marcará não só a nível de aprendizagem técnica na abordagem sobre a restauração florestal de um ecossistema amazônico dentro de uma UC do Ideflor-Bio de relevância para a Área Metropolitana de Belém, mas, também, no caráter excepcional de sensibilização ambiental promovida pela equipe do Instituto Asflora”, frisou a professora Denise Torres. 

Os estudantes também se mostraram bastante satisfeitos com a experiência. Para muitos, foi a primeira oportunidade de colocar em prática seus conhecimentos acadêmicos em um ambiente natural tão diversificado e significativo como o da Amazônia. “Foi uma experiência incrível e enriquecedora. Aprendemos muito sobre a importância da restauração ecológica e a relevância das espécies nativas para o equilíbrio ambiental”, comentou uma das alunas participantes.

De acordo com a diretora Social do Instituto Asflora, Josiane Mattos, “é fundamental que os alunos vivenciem na prática os conceitos aprendidos em sala de aula. Isso proporciona uma compreensão mais profunda e realista dos desafios e das soluções na recuperação de áreas degradadas”, afirmou.

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