Estado avança na criação de Unidade de Conservação para proteger as ‘Árvores Gigantes da Amazônia’

Consulta Pública contou com a participação expressiva do público e reforçou o compromisso coletivo com a conservação das riquezas naturais da região amazônica

O Distrito de Monte Dourado, pertencente ao município de Almeirim, na região oeste paraense, foi palco de uma importante Consulta Pública organizada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), nesta quarta-feira, 12. O evento ouviu a população sobre a proposta de transformação de parte da Floresta Estadual (Flota) do Paru em uma Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral. A iniciativa busca a preservação das gigantescas árvores de angelim vermelho (Dinizia Excelsa Ducke), consideradas as maiores da Amazônia.

O encontro contou com o apoio da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e da Andes Amazon Fund e reuniu mais de 200 pessoas. Representantes de diversos segmentos da sociedade civil, instituições públicas e privadas compareceram, destacando a importância da proposta para a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável da região. A participação expressiva do público reforçou o compromisso coletivo com a conservação das riquezas naturais da região amazônica.

Entre os principais motivos para a recategorização da área está a proteção dos angelins vermelhos, alguns com mais de 70 metros de altura. A maior de todas mede 88,5 metros, sendo a árvore mais alta da América Latina, a terceira das Américas e uma das cinco maiores do mundo. Estas árvores majestosas estão localizadas na Flota Paru, no município de Almeirim, e sua preservação é considerada essencial para a manutenção do equilíbrio ecológico local.

“O Ideflor-Bio segue a orientação do governador Helder Barbalho, que é direta e estrita. Ou seja, nós temos que cuidar da nossa natureza, que é um bem precioso ao qual detemos, mas protegendo as nossas populações. Esse é o trabalho que a gente faz com muita dedicação, com uma equipe muito forte e qualificada”, destacou o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto.

Escuta – A Consulta Pública, realizada conforme as exigências do Decreto Federal nº 4.320/2002, que regulamenta o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), é uma etapa fundamental para assegurar a participação democrática na criação da nova UC. O processo garante que todos os envolvidos, incluindo ambientalistas, pesquisadores, estudantes, empresários e a comunidade local, possam se manifestar sobre a proposta.

Conforme o deputado estadual Carlos Vinícius Vieira, que também é vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Desenvolvimento Sustentável, a importância desta UC é reservar uma parte da floresta intacta para que ela possa servir de futuros estudos, de turismo ecológico, de aprendizado para instituições de pesquisa locais e de fora, para poderem vir e aprender, participar e ver o quanto é bonito se preservar a natureza.

“Não tenho dúvidas que é um projeto que une as vontades tanto do poder público estadual, municipal e federal, em ter uma área intocada para podermos mostrar às futuras gerações como é uma floresta. De que forma se maneja ela e dar oportunidade, também, para os acadêmicos que vierem participar ou que quiserem ver como funciona a bioeconomia, o que tem em uma floresta e o quanto é rica uma floresta preservada da forma que está sendo proposta aqui. Aproveito a ocasião para dizer que é um orgulho ter as árvores gigantes aqui, a maior da América Latina e isso demonstra a nossa preocupação com a preservação do meio ambiente e, tudo isso, está alinhado às ações do governador Helder Barbalho”, enfatizou.

Já o secretário municipal de Agricultura de Laranjal do Jari (AP), José Jussian, ressaltou que essa região do país é a mais preservada da Amazônia. “Nós estamos em uma região paraense, que é um estado riquíssimo de diversidade ambiental, vizinho do estado mais conservado do Brasil, o Amapá, e essa nova UC chega para abrilhantar essa beleza que nós já temos em nossa região, essa conservação, essa diversidade de flora, fauna e de microrganismos que representa tão bem a Amazônia. Nesse momento, com a criação dessa UC, nós estamos fortalecendo a continuidade desse aspecto natural. A importância é imensa, não só para os fins econômicos, mas principalmente para os fins ambientais, não só nacionalmente, mas mundial”, frisou. 

Gestão – O Ideflor-Bio será o responsável pela gestão da nova UC, por meio da Diretoria de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação (DGMUC), que também contará com o apoio de um Conselho Gestor. Este comitê será composto por representantes da sociedade civil, órgãos públicos e entidades de ensino e pesquisa, assegurando a participação contínua da comunidade na proteção da área.

A área proposta para a criação da UC é vasta, com 563.546 hectares e um perímetro de mais de 520 mil metros. Localizada em uma região de fronteira com importantes reservas biológicas e rios, a nova área protegida terá limites naturais bem definidos, o que facilitará sua gestão e a preservação dos ecossistemas ali presentes.

A categoria de manejo proposta é a de Parque Estadual Ambiental, com a nomeação sugerida de “Árvores Gigantes da Amazônia”. A escolha desta categoria reflete o objetivo de garantir a proteção integral do ecossistema, impedindo atividades que possam ameaçar a integridade das árvores e da biodiversidade local.

Benefícios – Os principais beneficiários da criação desta nova UC incluem a Prefeitura Municipal de Almeirim, a população do distrito de Monte Dourado, empreendimentos de ecoturismo, instituições de ensino e pesquisa, organizações da sociedade civil, além de turistas e visitantes. A iniciativa promete não apenas proteger as árvores gigantes, mas também promover o desenvolvimento sustentável da região, aliando conservação ambiental e geração de oportunidades econômicas.

Nilson Pinto disse, ainda, que durante a futura elaboração do Plano de Manejo da nova UC, haverá diversas escutas com a sociedade para que se possa dizer onde se pode fazer, que tipo de atividade, para permitir a visita de pessoas de todo o mundo, a fim de conhecer essa área e que permita também a agregação dos serviços da população local, gerando emprego e renda. 

“Com isso, todo mundo ganha. Ganha a natureza com um bem precioso para a humanidade, a sociedade local, os estudiosos, os ambientalistas, a economia e todo mundo. É o que chamamos de desenvolvimento sustentável. É uma forma inteligente de fazer bioeconomia. A criação do Parque, e eu fico feliz que ela esteja tendo aval da população, que está aplaudindo, ela tem essa finalidade. Usar essa área naquilo que ela tem de melhor, para que a população possa usufruir dela e a humanidade também, de uma forma que todos ganhem”, concluiu o presidente do Ideflor-Bio.

Artigos Recentes
Rolar para cima
Pular para o conteúdo