Nesta quarta-feira (22), o mundo celebra o Dia Internacional da Biodiversidade, uma data que remonta a 1985, quando o termo foi conceituado pela primeira vez pelo pesquisador americano Walter Rosen. No Pará, essa palavra tem um significado especial, refletindo o compromisso do Governo do Estado com a preservação da diversidade biológica em suas mais diversas formas.
O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) tem liderado esforços significativos nessa área. Em pouco mais de cinco anos, diversas ações de proteção e recuperação da biodiversidade têm sido realizadas, destacando o Pará como um exemplo de gestão ambiental.
Entre as ações mais notáveis está o Projeto de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas na Região Metropolitana de Belém, conduzido pelo Ideflor-Bio, em parceria com a Fundação Lymington de São Paulo. A ararajuba (Guaruba guarouba), antes considerada extinta nos arredores da capital paraense, tem sido reintroduzida com sucesso na natureza. Nos últimos oito anos, mais de 50 aves foram devolvidas aos seus habitats naturais.
Este projeto não para por aí. Até 2025, ano em que a capital paraense sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), outros 30 exemplares de ararajubas deverão ser reintroduzidos na região. Esse esforço contínuo simboliza a dedicação do órgão ambiental do Governo do Pará em restaurar a fauna local e preservar espécies ameaçadas.
Nova UC – Outro marco importante para a biodiversidade paraense é o início dos estudos para a criação da Unidade de Conservação (UC) “Santuário das Árvores Gigantes da Amazônia”, em Almeirim, na região oeste do estado. É neste local que está o maior vegetal da América do Sul, um angelim-vermelho (Dizinea excelsa) que atinge 88,5 metros de altura, o equivalente a um prédio de 30 andares. A idade estimada dessa árvore varia entre 200 e 400 anos, segundo especialistas.
“A futura UC “Santuário das Árvores Gigantes” não vai apenas proteger essa imponente árvore, mas também vai abranger cerca de 500 mil hectares da Floresta Estadual do Paru. Esta área, atualmente classificada como uma UC de Uso Sustentável, será elevada à categoria de Proteção Integral, reforçando ainda mais a proteção dos ecossistemas locais”, detalhou o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto.
Fauna – O projeto “Quelônios pelo Pará” também se destaca pelas suas conquistas. Em 2023, mais de 250 mil quelônios foram reintegrados à natureza, graças ao apoio do Ideflor-Bio e do Governo do Pará. Esses esforços têm sido cruciais para a conservação de várias espécies de tartarugas, que enfrentam múltiplas ameaças à sua sobrevivência.
Especificamente na Praia do Atalaia, em Salinópolis, região nordeste paraense, diversas ações foram realizadas para assegurar a reprodução de cinco espécies de tartarugas marinhas. Isso resultou no nascimento de 500 filhotes, um feito notável para a conservação dessas espécies vulneráveis. A colaboração entre as comunidades locais e os pesquisadores também contribuem para o sucesso dessas iniciativas.
No Refúgio de Vida Silvestre (Revis) Tabuleiro do Embaubal, em Senador José Porfírio, região sudoeste do estado, considerado um dos maiores locais de reprodução de tartarugas-da-amazônia, tracajás e pitiús do mundo, mais de 200 mil filhotes foram liberados. Este local é crucial para a manutenção das populações dessas espécies e representa um exemplo claro dos resultados que podem ser alcançados com esforços de conservação bem coordenados.
Nilson Pinto enfatiza que, ao celebrar o Dia Internacional da Biodiversidade, o Pará reafirma seu compromisso com a preservação ambiental. “O trabalho incansável do Governo do Estado, por meio do Ideflor-Bio, demonstra que, com dedicação e ação coordenada, é possível reverter a perda de biodiversidade e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações. Esses projetos são apenas o começo de uma jornada contínua de proteção e celebração da riqueza natural do estado”, destacou o presidente do órgão ambiental.