Ideflor-Bio e Fundação Lymington firmam acordo de continuidade do ‘Projeto de Reintrodução de Ararajubas’, em Belém

Até 2025, ano em que a capital paraense sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, outras 50 ararajubas serão devolvidas aos céus da região

O Centro de Acolhimento do Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”, em Belém, foi o local escolhido para assinatura do Termo de Colaboração entre o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) e a Fundação Lymington, para começar a 3ª etapa do Projeto de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas na Região Metropolitana de Belém. 

O evento contou com a presença dos presidentes do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, e da Fundação Lymington, Luís Fábio Silveira, os quais junto aos servidores do órgão ambiental do Governo do Pará e demais convidados, evidenciaram a importância dessa iniciativa para a preservação da fauna amazônica e brasileira.

Vale lembrar que, até pouco tempo consideradas por instituições de pesquisa uma ave extinta nos arredores de Belém, as ararajubas (Guaruba guarouba) estão de volta aos céus da capital paraense, após muito trabalho, estudo e dedicação. Em oito anos de trabalho, o projeto já possibilitou o retorno de 58 desses pássaros à natureza. 

Com a renovação do acordo, a iniciativa ganha fôlego por mais dois anos e a expectativa é que até o próximo ano, em 2025, quando Belém sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, outras 50 ararajubas sejam devolvidas aos céus da região com o incentivo do Estado, por meio do Ideflor-Bio e a parceria da Fundação Lymington.

Ícone – Nilson Pinto enfatiza que a ararajuba é a ave símbolo do Pará e que 90% delas estão no estado. “Até metade do século passado, as ararajubas dominavam os céus de Belém e de repente, com o avanço da poluição, o crescimento populacional e a intensa urbanização, elas foram embora. Há oito anos, fazemos o trabalho de reintrodução que não é chegar e soltá-las. Primeiro, é preciso colocá-las em um viveiro, acostumá-las a viver em comunidade e ao ambiente natural, para assim ganharem a liberdade em segurança”, detalhou o presidente do Ideflor-Bio. 

Ele ressalta, ainda, que o Parque Estadual do Utinga desempenha um papel fundamental em todo o projeto, por fornecer condições ideais para a adaptação das aves que se alimentam com frutas amazônicas. “As ararajubas são apaixonadas pelo açaí, são tipicamente paraenses e, acima de tudo, brasileiras, devido às suas plumagens nas cores verde e amarela. Portanto, temos uma ave fantástica, com um processo de reprodução que tem dado certo e até a COP 30, em 2025, temos a convicção de que várias delas vão embelezar os céus da capital paraense”, concluiu Nilson Pinto. 

Satisfação – Já Luís Fábio Silveira afirma que este é um momento muito feliz para a Fundação e o Ideflor-Bio, e um dos mais importantes durante todo o projeto. O dirigente acredita que a partir de agora será possível consolidar uma população auto sustentável das ararajubas na Região Metropolitana de Belém. 

“Tivemos dois ciclos que se encerraram, iniciamos o terceiro, e ele é fundamental porque é neste momento em que estamos consolidando a população de ararajubas reintroduzidas na Grande Belém. É importante frisar que projetos de desestimação de uma espécie da natureza, não são fáceis e nem rápidos, eles têm que ser pensados a longo prazo. Nesse aspecto, precisamos reconhecer o Ideflor-Bio como uma instituição que pensou o projeto como ele deve ser, por muitos anos”, enfatizou o presidente da Fundação Lymington.

Novidades – A 3ª etapa do projeto traz novidades significativas, incluindo a ampliação do aviário para o treinamento das ararajubas; a construção de espaços dedicados à educação ambiental e à reprodução das aves (quarentena); além da implementação de um equipamento digital para interação do público no Parque Estadual do Utinga. Essas medidas visam não apenas a reintrodução das aves, mas também a conscientização e o engajamento da comunidade local.

Outro ponto a ser destacado é que, durante os próximos dois anos, o projeto receberá o maior número de aves desde sua criação. Importante ressaltar, ainda, que a reprodução das ararajubas ocorre na sede da Fundação Lymington, em Juquitiba, no interior de São Paulo. Após o período de crescimento inicial, os pássaros são trazidos para Belém, onde passam por treinamento para aprenderem a se alimentar com frutos nativos da região e a se defender de possíveis predadores. 

Para o diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato, a parceria entre o Instituto e a Fundação Lymington não apenas promove a conservação de uma espécie ameaçada, mas também fortalece a cooperação entre entidades e a conscientização ambiental. “Este compromisso renovado representa um passo significativo na preservação da biodiversidade amazônica e no engajamento da sociedade na proteção do meio ambiente”, pontuou. 

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