Conforme o SNUC (Lei Federal nº 9.985/2000), a Unidade pertence ao Grupo de Proteção Integral, da categoria Refúgio de Vida Silvestre (REVIS). Um REVIS tem como objetivo “proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória”. E, “pode ser constituído por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários” (Art. 13, SNUC).
O Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia foi criado através do Decreto nº. 2.211 de 30/03/2010 e está localizado na Região Metropolitana de Belém (RMB). Sua área de 6.367.27 hectares (63,67 km²) – que era propriedade particular da antiga Fábrica Pirelli – abrange 6,3% da área total de quatro municípios paraenses: Ananindeua, Benevides, Marituba e Santa Isabel do Pará. O Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) fica a 23 Km do município de Belém, capital do Estado.
O processo histórico desta Unidade de Conservação teve inicio por volta de 1800 no período dos engenhos de maré, os quais eram engenhos de cana-de-açúcar movidos pela força das marés, tendo como proprietário na época o Conde Coma Mello. Posteriormente em 1950, à empresa Pirelli S/A compra a “Fazenda Oriboca”, a qual ficou popularmente conhecida como a “Fazenda da Pirelli”. Em seguida, esse período encerra-se com a transformação da antiga plantação de seringa em pastagem, com o nome de “Fazenda Guamá”, até o fechamento de suas atividades entre as décadas de 1980 e 1990.
Após todo esse processo, a preocupação com a ocupação desordenada da Região Metropolitana, a viabilidade de projetos estruturais de mobilidade e uso do solo, a degradação ambiental dos mananciais de abastecimento de água e das áreas remanescentes de florestas fez com que o Estado lançasse em 1997 o Decreto Estadual nº 2112/1997, o qual declarava essa área como “de utilidade pública para fins de desapropriação” o imóvel localizado no Km 14 da BR-316, destinando-o à preservação racional do uso do solo urbano e viabilização de projetos estruturais, com o objetivo de contribuir com a reestruturação da Região Metropolitana de Belém. Em julho de 2009, foi criado o Grupo de Trabalho e Estudos voltados à criação de Unidade de Conservação da área integrante da antiga “Fazenda Pirelli” (Decreto Estadual de 29 de julho de 2009). Finalmente, em abril de 2010 foi promulgado o Decreto Estadual nº 2.210/2010, o qual promoveu a devida desapropriação de terras para implantar ali, mediante o subsequente Decreto nº 2.211/2010 de 30/03/2010, a Unidade de Conservação da categoria Refúgio de Vida Silvestre, com o nome de “Metrópole da Amazônia” (IDEFLOR-BIO & Instituto Avaliação, 2018).
A Unidade tem como principal objetivo proteger ambientes naturais para que sejam asseguradas condições de existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora e da fauna residente ou migratória. Também tem como missão contribuir para a manutenção dos serviços ambientais, bem como garantir os processos ecológicos naturais, além de conservar parte dos 31% restantes de florestas primárias da RMB, confirmando seu grande destaque para conservação ambiental no Estado.
O REVIS possui ecossistemas aquáticos (6,5%) que contemplam o rio Guamá, pequenos furos e igarapés; ecossistemas de terra firme (25,7%) que contemplam capoeiras, pastagens abandonadas, assim com as plantações de seringueira e urucum; e ecossistemas de várzea (67,8%), contemplando florestas preservadas.
Pesquisas realizadas na unidade apontaram várias espécies vegetais ameaçadas de extinção, como o acapu, o angelim, o cedro, a Castanheira do Pará e a ucuúba branca. A fauna é bastante diversificada, apresentando grande quantidade de macacos-de-cheiro, bem como pacas, veados-mateiros, tatus e capivaras. Existem ainda várias espécies de anfíbios e répteis.
Aproximadamente 28 famílias residem na unidade, as quais trabalham na extração do látex da seringueira, do urucum e do cacau, na pesca de subsistência e na exploração do açaí.
O REVIS tem como objetivo “proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora e da fauna residente ou migratória. A visitação é permitida, possibilitando a realização de turismo ecológico, de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental e de recreação em contato com a natureza. Visa também contribuir para a manutenção dos serviços ambientais, bem como garantir os processos ecológicos naturais” (Decreto nº 2.211/2010).
O Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia oferece aos visitantes tanto atrativos naturais quanto atrativos turísticos. Como atrativos naturais destacam-se o Lago da Onça, o Igarapé do Dique, sua fauna (130 espécies de mamíferos, 300 espécies de aves, 220 espécies de peixes, 180 espécies de anfíbios e répteis e 500 espécies de invertebrados). A flora também é diversa, contando com 340 espécies de plantas, sendo que nas áreas de várzea é possível encontrar exemplares ameaçados de extinção como o acapu (Vouacapoua americana), angelim (Zygia racemosa), cedro (Cedrela odorata), castanheira do Pará (Bertholletia excelsa) e a ucuúba branca (Virola surinamensis), entre outras e nas áreas de várzea dos rios Guamá e Uriboca, encontram-se exemplares de grande porte de samaúmas (Ceiba pentandra), ucuúbas (Virola surinamensis) e entre outras. Os visitantes podem encontrar também rios, furos, igarapés e ainda caminhar nas trilhas como a da Seringueira, Samambaia, Quati, Circuito da Pirelli e trilhas de “aventura” para prática de corridas de bicicleta ou a pé.
Como atrativos turísticos, os visitantes podem entrar em contato com atrativos, os quais contam não só a história da UC, mas também a cultura do Estado, tais como construções antigas (resquícios de engenho e da fazenda da Pirelli) e a extração de látex, Comunidades do Dique e Três Marcos (remanescentes da fazenda Guamá), Comunidades tradicionais Ponta Negra e Santo Amaro (dentro da UC).
O Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia está aberto todos os dias e o melhor período para visitação é no verão amazônico, pois no período chuvoso torna-se perigoso andar nas trilhas, devido ao perigo de queda de árvore. Por falar em trilhas, o visitante encontrará tanto trilhas com vegetação fechada como abertas e de diferentes níveis dificuldade.
Para visitar está Unidade de Conservação é necessário autorização do órgão gestor da Unidade que é o Ideflor-Bio, enviando a solicitação de visita para o e-mail: revisma@ideflorbio.pa.gov.br, com no mínimo 10 dias de antecedência. A entrada é gratuita e pode ser solicitada por pessoa física, por instituições de ensino e pesquisa, entidades públicas, projetos sociais e sociedade civil.
Todas as pesquisas na Unidade deverão ser solicitadas e autorizadas pelo órgão gestor, através do formulário disponível no site https://ideflorbio.pa.gov.br/. Os interessados poderão enviar suas dúvidas pelo e-mail: pesquisa.grb@ideflorbio.pa.gov.br
O REVIS fica a 23 Km do município de Belém. Com acesso realizado por via terrestre, pela Rodovia BR-316 até o município de Marituba, o visitante segue até o Km 14, dobrando em seguida na “Estrada da Pirelli”. Percorrendo mais 4 Km pela estrada, chega-se à entrada da unidade. O REVIS compõe o mosaico de unidades de conservação da Região Metropolitana de Belém (RMB).
Endereço: Estrada da Pirelli, KM 4,5 – Bairro Decouville, Marituba – PA, 67200-000
Facebook: Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia