Soltura de filhotes de tartaruga marinha mobiliza comunidade em Salinópolis

Quase 80 filhotes da espécie oliva foram acompanhados desde o momento da desova, há cerca de 50 dias, por especialistas

A Praia do Atalaia, em Salinópolis, município do nordeste paraense, teve mais um momento de preservação da vida: a caminhada de 79 filhotes de tartarugas marinhas da espécie oliva (Lepidochelys olivacea) para o mar. A iniciativa ambiental, na tarde desta quarta-feira (6), chamou a atenção de crianças, adultos e membros de instituições comprometidas com a defesa da biodiversidade marinha.

Os filhotes foram acompanhados desde o momento da desova, há cerca de 50 dias, por especialistas da ARVUT Meio Ambiente e do Instituto Bicho D’água, com apoio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio). O Projeto de Monitoramento de Desovas de Tartarugas Marinhas é uma medida de mitigação exigida pelo licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

De acordo com Josie Figueiredo, coordenadora de campo do projeto, a soltura conclui, em 2025, o ciclo de monitoramento do último ninho localizado na Praia do Atalaia. “Esse era o último ninho sob nossos cuidados na Praia do Atalaia, mas ainda temos outros em Algodoal (em Maracanã) e Soure (no Marajó) que ainda vão eclodir”, informou. Segundo ela, mesmo com o monitoramento tendo iniciado em junho, já no final da temporada de reprodução, o número de ninhos foi expressivo.

Participação – A comunidade da Ponta da Sofia participou ativamente da soltura. Marcos Vinícius, 7 anos, disse que “foi bonito. Já vi outras vezes. O que mais gostei foi quando a tartaruga andou pro mar”, contou o menino, que destacou a importância de proteger os animais marinhos.

Moradora do município, a estudante Ludmilla Loureiro ressaltou a relevância da atividade como instrumento de educação ambiental. “O que vimos hoje foi incrível. As crianças ficaram encantadas. A soltura assistida tem um papel fundamental na preservação e na formação de consciência ecológica desde cedo”, afirmou, reforçando o papel da escola como multiplicadora de valores ambientais.

Além da soltura, as crianças participaram de atividades educativas e receberam brindes com temáticas ambientais. A ação emocionou moradores e visitantes, que acompanharam de perto o trajeto dos pequenos animais até o mar. Um gesto simples, mas carregado de esperança para o futuro das espécies marinhas e o fortalecimento da consciência ambiental coletiva.

O diretor de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação do Ideflor-Bio, Ellivelton Carvalho, frisou a importância de manter o envolvimento comunitário e a vigilância ambiental nas praias. “Nossa expectativa é que iniciativas como essa inspirem mais pessoas a cuidar do mar e dos seres que nele habitam. Afinal, cada pequena tartaruga que chega ao oceano representa uma vitória da natureza”, concluiu.

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