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ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ

De acordo com a Lei Federal n° 9.985 de 18 de julho de 2000, em seu Art. 14, a APA Arquipélago do Marajó constitui o Grupo das Unidades de Uso Sustentável. Além disso, segundo o Art. 15, a Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem- estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos  proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso  dos recursos naturais. 

A Área de Proteção Ambiental (APA) Arquipélago do Marajó é uma Unidade de Uso Sustentável, criada a partir do Art. 13, § 2º, da Constituição do Estado do Pará de 1989. É considerada a maior Unidade de Conservação na costa norte do Brasil, com cerca de 59.043,22 Km2 e 5.904.322 ha e fazendo parte da Região de Integração do Marajó. A APA Marajó abrange tanto os 12 municípios da porção insular: Afuá, Anajás, Breves, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Muaná, Ponta de Pedras, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, São Sebastião da Boa Vista e Soure, assim como as ilhas dos quatro municípios da porção continental: Gurupá, Melgaço, Portel e Bagre, abrangendo assim um total de 16 municípios. A APA Marajó exerce proteção sobre uma grande diversidade de ecossistemas que compõem os Biomas Amazônico e o Costeiro/Marinho, consequentemente, uma enorme variedade de espécies animais e vegetais altamente adaptadas à região. Esses ecossistemas aquáticos e terrestres são gerados em grande parte pelo complexo sistema de marés da região, pelo clima e pelas chuvas. Dentre estes, destacam-se as praias, rios, campos alagados, mangues e as florestas. A paisagem e a rotina de vida das populações marajoaras são alteradas durante o período chuvoso, quando as várzeas e campos baixos do Marajó são inundados por 3 a 4 meses. A vegetação do Arquipélago do Marajó tem influência direta da hidrografia, constituído por: Floresta ombrófila densa (aluvial e terras baixas); área de formação pioneira (várzea, campos salinos, manguezal e restinga); savana ou campo; área de tensão ecológica (savana/floresta ombrófila). Possui espécies representantes típicos da Amazônia como a piquiarana (Caryocar glabrum), cedro (Cedrela odorata), tauarí (Couratari multiflora), jatobá (Hymenaea courbaril), maçaranduba (Manilkara huberi), castanheira (Bertholletia excelsa), ucuúba (Virola surinamensis), açaí (Euterpe oleraceae), buriti (Mauritia flexuosa), entre outras. A fauna marajoara destaca-se por abrigar espécies marinhas e de água doce, apresentando grande diversidade de animais terrestres e aquáticos. Destaca-se a coexistência de duas espécies de peixe-boi, o marinho (Trichechus manatus) e o amazônico (Trichechus inunguis), fenômeno que ocorre em poucos lugares do mundo. Sendo que as duas estão na lista de espécies ameaçadas de extinção. Ressalta-se também a presença de espécies exóticas, como o búfalo, que se tornou símbolo da ilha.

Os principais objetivos da APA Marajó são: proteger a diversidade biológica, desenvolver e melhorar a qualidade de vida da população marajoara, organizar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

Atrativos turísticos

Devido a grande beleza cênica de suas paisagens exuberantes, o Arquipélago do Marajó é conhecido mundialmente como um verdadeiro santuário ecológico Amazônico, apresentando diversos atrativos turísticos, que incluem paisagens naturais, com campos, florestas, alagados, belas praias, rios piscosos, fauna rica e trilhas ecológicas. Dentre estes atrativos, destacam-se as belas praias com águas mornas, banhadas pelo Oceano Atlântico e pelos rios Amazonas e Pará, sendo as mais visitadas localizadas nos municípios de Soure, Salvaterra e Ponta de Pedras, porém, ainda há um potencial inexplorado das praias oceânicas na contracosta da ilha de Marajó, principalmente as que compõem o município de Chaves.  Além disso, é possível realizar muitas atividades em meio à natureza, como a prática de caminhadas nas florestas e nos mangues, passeios em pequenos rios e igarapés que formam grandes áreas alagadas onde é possível observar grandes quantidades de aves, assim como búfalos (espécie exótica originária da Ásia que se adaptou muito bem a vida nesses ambientes). Nas visitas aos municípios que compõem a APA Marajó é possível observar uma cultura ancestral riquíssima em manifestações, derivada da constituição do povo marajoara formado a partir de uma população mestiça, descendente de etnias indígenas, portugueses, escravos afrodescendentes e que é expressa por meio da música, da dança, do artesanato (com seus desenhos inconfundíveis podendo ser vistos nas cerâmicas), assim como em vestuários e acessórios, na alimentação (comidas típicas compostas por carnes, peixes, queijos e frutas típicas) e do modo de viver, tornando a região mais atraente pelo vasto patrimônio cultural. A região apresenta diversos sítios arqueológicos já encontrados, que representam elevada importância histórica, cultural e científica. Muitos desses artefatos podem ser vistos em visita ao Museu do Marajó, no município de Cachoeira do Arari. 

Gerente da UC: Hugo Deleon dos Santos Dias.

E-mail: grm.ideflorbio@gmail.com

Telefone: (91) 98499-0986.

Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará

Rua do Utinga, nº 723, Curió-Utinga – Belém-PA – CEP: 66610-010
Horário de Atendimento: das 08:00h às 17:00h de segunda a sexta-feira

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